Servidora suspeita de desviar armamento de delegacia é presa em MG

O esquema foi descoberto após uma arma já apreendida ser localizada com criminosos

Daniela Mallmann, da CNN Brasil, em Belo Horizonte
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Uma servidora concursada da PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais), identificada como Vanessa de Lima Figueiredo, foi presa neste domingo (09) em Belo Horizonte, suspeita de desviar armamentos já apreendidos da 1ª Delegacia do Barreiro.

A Corregedoria da PCMG está à frente das investigações, que começaram após uma arma ser apreendida durante uma ocorrência em Contagem, na Grande BH.

O armamento encontrado já constava como apreendido, porém, quando os policiais foram conferir o acervo, perceberam que além deste armamento outras armas também haviam desaparecido do local. A servidora seria a única pessoa com acesso ao acervo e por isso a principal suspeita do desvio das armas.

No sábado (08), antes da prisão, a corporação se manifestou sobre o sumiço dos armamentos.

“É preciso destacar que não houve nenhuma invasão na unidade policial. A investigação se encontra em estágio avançado e, até o presente momento, não há nenhuma informação sobre o envolvimento de organização criminosa nos fatos apurados”, informou a corporação.

Por meio de nota, a PCMG informou ainda, que foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão contra a servidora administrativa.

“A PCMG esclarece que servidora investigada foi encaminhada ao sistema prisional, e os materiais apreendidos foram direcionados à perícia técnica para as devidas análises.”

O Sindep (Sindicato dos Escrivães e Oficiais Investigadores de Polícia de Minas Gerais) se manifestou por meio de nota, questionando o fato dos armamentos não estarem armazenados em uma Cadeia de Custódia e sim em uma delegacia regional.

"A questão central a ser debatida nesse fato é a não observância da Cadeia de Custódia dos vestígios criminais. Estas armas não deveriam estar acauteladas naquela unidade policial, deveriam estar na central de custódia. O pacote anti-crime estabeleceu isso em 2019, já são seis anos e até agora, armas e drogas continuam acauteladas em unidades policiais sem o devido cuidado com a cadeia de custódia.", manifestou o Presidente do Sindep, Marcelo Horta.

A CNN Brasil entrou em contato com a SEJUSP (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) sobre os questionamentos feitos pelo Sindicato, mas ainda não teve retorno.